Programação de Maio no Moviecom Arte

Se você não vai até Cannes, o Moviecom Arte traz Cannes até você.  A nossa programação de maio traz alguns dos grandes filmes que receberam indicações para o cobiçado prêmio do cinema europeu e também uma nova versão do badalado diretor iraniano Asghar Farhadi para o seu filme de estreia “Gloria”.

DIAS 04, 05 E 07
UM BANHO DE VIDA
de Gilles Lellouche

Comédia francesa aborda masculinidade e depressão

Um Banho de Vida (Le Grand Bain) é uma comédia leve sobre a sublimação dos problemas por meio de um esporte artístico, a natação sincronizada masculina.
Grande parte das piadas do filme são relacionadas à emulação de um lado mais feminino de um grupo de homens de meia-idade por conta da modalidade notoriamente praticada por esportistas mulheres.
Com esse argumento, o filme apresenta cada personagem participante do grupo de nadadores amadores sob o comando de uma treinadora e ex-ginasta olímpica.
O protagonista é o depressivo Bertrand (Mathieu Amalric), um pai de família desempregado que passa os dias na cama ou jogando Candy Crush no sofá, enquanto sua esposa e filhos vivem ao redor da sua ausência emocional. Um dia ele vê o anúncio para participar de uma equipe de nado sincronizado e decide inscrever-se.
Recebido por Thierry (Philippe Katerine), Bertrand percebe que mais do que horas na piscina o grupo de natação é um encontro terapêutico. Isso porque eles compartilham suas frustrações no vestiário, na sauna e no bar entre cervejas para aliviar o peso da vida durante a outra parte do dia. Os personagens e seus dilemas são expostos pouco a pouco, enquanto a trama desenvolve-se também dentro das paredes do ginásio esportivo.

DIAS 11, 12 E 14
VIDAS DUPLAS
de Olivier Assayas

Comédia Francesa com tom de Woody Allen

Com um conjunto de ótimos atores e diálogos afiadíssimos, o diretor francês Olivier Assayas apresenta em Vidas Duplas (Double Vies) uma discussão sobre a revolução tecnológica dos hábitos de leitura como porta de entrada para outros dilemas, tais como profissão, relacionamento e, principalmente, a hipocrisia humana.
Se não fosse a língua francesa, poderíamos dizer que se trata de uma obra de Woody Allen.
Em um encontro social, enquanto bebem vinho, os convidados discutem sobre a contradição entre a escassa leitura de jornais e os grande acessos dos blogs como principal fonte de informação.
Em outro momento, questiona-se a facilidade dos leitores digitais em detrimento dos livros físicos. A acalorada discussão inicial é um pontapé para as questões individuais de cada personagem.
O filme segue relacionamentos entrelaçados e os viés de cada um sobre as suas questões pessoais. Os protagonistas deste embate de perspectivas são o bem-sucedido editor Alain (Guillaume Canet) e Léonard (Vincent Macaigne), escritor de suas próprias experiências.
No caso, Alain rejeita a última obra de Léonard por achá-lo repetitivo e desejar novas vozes no mercado. Ao mesmo tempo, ele lida com a nova postura da editora em publicar mais e-book a livros físicos.
As discussões sobre popularização da leitura e menor custo de produção permeiam todo o longa.

DIAS 18, 19 E 21
GLORIA BELL
de Sebastián Lelio

Um “Lady Bird” da Melhor Idade

Sebastián Lelio é um diretor chileno que ganhou os holofotes em 2013 pelas nomeações e prêmios recebidos pelo filme “Gloria” e chegou ao Oscar em 2018 com o filme “Uma Mulher Fantástica”, que conta com uma protagonista transexual e que você assistiu aqui no Moviecom Arte.
Agora, em 2019, ele traz a versão americana de seu longa-metragem de 2013 com um novo título “Gloria Bell”. Protagonizado por Julianne Moore em mais uma atuação magnífica, o longa conta a história de Gloria, uma mulher acima dos 50 anos, com um espírito jovial que se envolve com um ex-oficial da Marinha que ela conhece em uma danceteria de Los Angeles.
Além da atuação de Julianne Moore, a trilha sonora é excepcional, repleta de sucessos da era “disco”.

 

DIAS 25, 26 E 28
TODOS JÁ SABEM
de Asghar Farhadi

Suspense e Segredos do Passado em Tom Novelesco

Com um elenco encabeçado por Penélope Cruz, Javier Bardem e Ricardo Darín, Todos Já Sabem (Todos lo Saben) se apresenta com um delírio cinéfilo ao reunir os melhores atores hispânicos da atualidade em um mesmo filme.
A obra é escrita e comandada pelo iraniano Asghar Farhadi (o ganhador do Oscar com “A Separação”). Esta é a sua primeira produção que não tem sua pátria como tema, ambientando este melodrama em um pequeno povoado da Espanha.
Nos primeiros minutos de tela, o elenco é apresentado com fluidez e habilidade. Após anos distante, Laura (Penélope Cruz) volta ao povoado da sua família com os dois filhos, a adolescente Irene (Carla Campra) e menino Diego (Iván Chavero), para o casamento da irmã mais nova Ana (Inma Cuesta). Toda a família prepara-se para a festividade que toma conta de tela por longos momentos, desde a cerimônia na igreja até a grande festa no quintal de casa.
Entre os convidadeos está Paco (Javier Bardem) e sua esposa Bea (Bárbara Lennie), amigos da família e uma equipe de filmagem, além dos vizinhos do povoado. No meio da bebedeira e danças, a luz apaga-se e Paco busca um transformador em sua fazenda para dar continuidade à celebração.
A partir deste momento, entretanto, Laura percebe que Irene não está no quarto, nem no banheiro, ou qualquer lugar da casa. Já aflita, ela recebe uma mensagem para que não chame a polícia, senão sua filha corre risco de morte. Desse modo começa o grande suspense de Todos Já Sabem e todos as possibilidades são postas à mesa.

 

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O projeto Temperos de Cinema, surgiu de uma paixão antiga pelo cinema. Desde a infância o cinema sempre fez parte da minha vida de tal forma, que considero roteiristas e diretores como amigos e conselheiros.

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